A sombra da prisão paira sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em matéria publicada nesta sexta-feira (23) pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revela-se um consenso entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): se Bolsonaro proferir críticas ásperas à corte ou a seus membros, poderá ser preso de forma imediata.
Segundo Jardim, um dos ministros, sob a condição de anonimato, foi contundente: "Se ele falar um 'ai' do Supremo, vai preso". O receio reside no potencial de tais críticas inflamarem a base bolsonarista e incitarem ainda mais os atos.
O manifesto programado para este domingo (25) por Bolsonaro, em que pretende defender o Estado Democrático de Direito e se eximir de acusações, ganha novos contornos sob a ótica do STF. O ex-presidente, agora, encontra-se, impossibilitado de proferir qualquer palavra que possa ser interpretada como ataque ao Judiciário.
Liberdade de expressão em xeque?
A situação coloca em xeque a liberdade de expressão do ex-presidente, um direito fundamental previsto na Constituição Federal. Contudo, no atual contexto, a defesa da democracia e a preservação da ordem pública se sobrepõem a esse direito, segundo especialistas.
O que se desenha no horizonte é um cenário de incerteza para Bolsonaro. A cada palavra, o risco de prisão se faz presente. A corda bamba em que se equilibra o ex-presidente pode se romper a qualquer momento, caso ele ouse desafiar a autoridade do Supremo.
Diante da ameaça de prisão, resta saber qual será a estratégia de Bolsonaro. Optará pelo silêncio, silenciando sua base e frustrando seus seguidores? Ou desafiará o STF, arriscando a sua liberdade em nome de seus ideais?
O futuro do ex-presidente e do país está em jogo. A resposta de Bolsonaro e a reação do STF serão determinantes para os rumos da democracia brasileira.