Um levantamento do Banco Central revelou que, entre agosto de 2024, cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões para plataformas de apostas online, usando o Pix. Esses dados preocupam, uma vez que o valor médio transferido foi de R$ 100 por beneficiário, com 70% deles sendo chefes de família. O fenômeno evidencia um problema crônico, onde famílias de baixa renda, em busca de uma saída rápida para suas dificuldades, acabam se expondo ao risco das promessas ilusórias do enriquecimento fácil.
Enquanto a regulamentação para o setor de apostas online ainda é incerta e lenta, cabe destacar que o governo atual parece negligenciar as consequências reais dessas práticas entre os mais pobres. O Banco Central, por meio de seu presidente, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com o impacto devastador nas finanças dessas famílias. Entre janeiro e agosto de 2024, foram transferidos entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões para plataformas de apostas, valores que superam em muito a arrecadação das loterias tradicionais da Caixa, que somaram apenas R$ 1,9 bilhão no mesmo período.
A ineficiência da regulamentação, marcada por omissões e concessões, é alarmante. O governo precisa garantir maior fiscalização e proteção para essas famílias, evitando que se tornem presas fáceis de um mercado que enriquece à custa da vulnerabilidade social.