Suhely Bueno e equipe Bradock Show
O dia 7 de outubro de 2023 não é apenas uma data no calendário – é mais um capítulo sombrio na milenar história de perseguição ao povo judeu, um povo que carrega consigo 3.000 anos de resiliência diante do sofrimento sistemático.
Naquele sábado de Simchat Torá, durante o festival Nova, quando jovens de dezenas de países celebravam a vida, a música e a paz no deserto do Neguev, o terror mostrou sua face mais cruel. 1.200 vidas ceifadas – a maior matança de judeus em um único dia desde o Holocausto. Bebês, crianças, idosos, famílias inteiras massacradas em seus kibutzim. 251 pessoas sequestradas, arrancadas de suas casas, de suas vidas, de suas famílias.
Desde a destruição do Primeiro Templo em 586 a.C., passando pelas Cruzadas, pela Inquisição, pelos pogroms russos, até o horror industrial do Holocausto – o povo judeu conhece a face da perseguição. Expulsos da Inglaterra em 1290, da Espanha em 1492, massacrados na Ucrânia em 1648, exterminados aos milhões entre 1933 e 1945, expulsos de países árabes após 1948 – e ainda assim, aqui estão.
Um povo que representa apenas 0,18% da população mundial, mas que contribuiu desproporcionalmente para o avanço da humanidade nas ciências, artes, medicina, tecnologia e filosofia. Um povo que valoriza o estudo, a família, a vida acima de tudo – cujo brinde tradicional é "L'Chaim" – "À Vida!"
O que torna o 7 de outubro ainda mais doloroso é a inversão moral que se seguiu. Enquanto famílias ainda buscavam seus mortos, enquanto os sequestrados ainda estavam em cativeiro, o mundo começou a condenar não os perpetradores, mas as vítimas que ousaram se defender.
Manifestações celebrando o massacre surgiram antes mesmo que Israel respondesse. A legitimidade da autodefesa judaica foi questionada, enquanto o terrorismo foi romantizado como "resistência". Mais uma vez, como tantas vezes na história, o judeu foi culpado por sua própria vitimização.
Aos que tombaram naquele dia – cada nome uma história, cada vida um universo perdido – prometemos lembrar.
Às famílias dos reféns que ainda aguardam o retorno de seus entes queridos – nossa solidariedade e nossas orações estão com vocês.
Aos sobreviventes que carregam cicatrizes físicas e emocionais – vocês são testemunhas vivas, como foram os sobreviventes do Holocausto, garantindo que a verdade prevaleça sobre a propaganda.
A história do povo judeu nos ensina uma lição fundamental: o antissemitismo nunca é apenas sobre os judeus. É sempre o canário na mina de carvão da civilização. Quando judeus são atacados, a liberdade de todos está em perigo.
O 7 de outubro de 2023 deve ser lembrado não apenas como mais um pogrom na longa história de perseguições, mas como um teste para a humanidade do século XXI. Um teste que muitos falharam ao escolher o lado do terror sobre a civilização, do ódio sobre a compaixão, da mentira sobre a verdade.
Mas o povo judeu, como sempre fez ao longo de milênios, persistirá. Com fé inabalável, com determinação férrea, com a certeza de que "Am Israel Chai" – o Povo de Israel Vive.
Que a memória dos mártires seja uma bênção. Que os reféns retornem em segurança. Que a verdade prevaleça sobre a propaganda. E que nunca esqueçamos.