A audiência pública promovida pela Advocacia-Geral da União (AGU), com o objetivo de avançar na regulamentação das redes sociais, revelou mais uma vez a ineficiência das iniciativas do governo ao lidar com as Big Techs. As gigantes Meta, X/Twitter, TikTok e Alphabet (Google e YouTube) simplesmente não compareceram ao evento, ignorando a tentativa de controle estatal sobre suas plataformas. Essa ausência escancarou a falta de prestígio da AGU no debate internacional e a desconfiança de empresas globais frente à centralização governamental.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, buscou minimizar o fiasco ao afirmar que "as portas da AGU e do Governo Federal estão sempre abertas", mas sua declaração soou mais como um apelo vazio do que como uma posição firme. O discurso de que o evento se concentrava em ouvir especialistas, enquanto as principais empresas sequer enviaram representantes, apenas reforçou a ideia de que o governo luta para ser levado a sério no cenário digital. A proposta de enviar os resultados da audiência ao STF e à Câmara dos Deputados evidencia o alinhamento entre órgãos e interesses que buscam aumentar a regulação estatal.
A ausência das plataformas também expôs o desinteresse das Big Techs em pactuar com uma agenda que ameaça a liberdade digital. O governo, por sua vez, insiste em restringir o debate a narrativas ideológicas, ignorando a complexidade de um mercado global. O episódio não apenas fragiliza a imagem da AGU, mas sinaliza que tentativas de controle estatal sobre redes sociais enfrentarão forte resistência, tanto interna quanto externa.