Em uma recente entrevista à Revista Oeste, o ex-presidente Jair Bolsonaro abordou temas cruciais sobre o estado atual da Constituição brasileira e a conduta dos inquéritos judiciais, especialmente no contexto dos eventos de 8 de janeiro de 2023. Sua declaração, "A Constituição não existe mais no Brasil", reflete uma crítica contundente ao que ele considera serem abusos judiciais, conduzidos "ao arrepio da nossa Constituição" e sem a devida anuência do Ministério Público.
Bolsonaro levantou questionamentos sobre a legalidade das prisões efetuadas após as manifestações de 8 de janeiro, desafiando a acusação de tentativa de "golpe" e a aparente desproporção nas sentenças, em comparação a crimes de maior gravidade, como o tráfico de drogas. Ele pôs em dúvida a possibilidade de 1.500 pessoas organizarem um golpe em uma tarde de domingo, e instou as autoridades a fornecerem esclarecimentos sobre as circunstâncias desses eventos.
Em particular, Bolsonaro apelou ao ministro da Justiça e futuro membro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, solicitando a divulgação de todas as imagens relacionadas aos incidentes na Praça dos Três Poderes. Esse pedido visa a transparência e a obtenção de clareza sobre os acontecimentos reais daquele dia.
Além disso, o ex-presidente defendeu que os detidos nos protestos sejam julgados em primeira instância, argumentando que eles, assim como ele, não têm foro privilegiado. Bolsonaro sugere que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), inicie um diálogo com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para endereçar e resolver o que ele denomina de "absurdo".
Esta entrevista de Bolsonaro reacende o debate sobre a justiça e o respeito às leis e à Constituição no Brasil, um país que se orgulha de sua democracia e do Estado de Direito. As preocupações levantadas por ele são um chamado para a reflexão sobre a função do judiciário e a preservação dos princípios constitucionais no cenário político atual.