Na Nicarágua, a imposição de barreiras à liberdade religiosa tem suscitado indignação global. A ação do governo, encabeçada por Daniel Ortega, de deslocar uma vasta parcela de sua força policial para coibir a prática da fé católica durante um período tão sagrado quanto a Semana Santa, é um reflexo inequívoco de autoritarismo. A denúncia de Marta Patrícia Molina, advogada e voz ativa contra a opressão aos cristãos no país, revela a profundidade da crise de liberdade religiosa na Nicarágua. Molina descreve um cenário onde a presença massiva da polícia não só intimida fiéis mas visa explicitamente impedir a manifestação pública de fé, algo fundamental para a comunidade católica em momentos de recolhimento e oração.
A perseguição não se limita ao cerco durante a Semana Santa; estende-se por uma proibição abrangente de procissões, forçando a realização de atividades religiosas a portas fechadas. Tal repressão, segundo Molina, é uma estratégia do regime para sufocar qualquer vestígio de dissidência, mesmo quando o povo apenas deseja exercer sua fé. A investida contra cristãos, incluindo prisões, expulsões, e confisco de propriedades, evidencia uma tentativa de apagar a chama da resistência que a fé proporciona ao povo nicaraguense.
O caso do bispo Rolando Álvarez, que ousou defender a restauração democrática, ilustra a gravidade da situação. Ele e muitos outros líderes religiosos tornaram-se alvos do regime, provando que a luta em andamento na Nicarágua transcende a esfera religiosa, tomando contornos de um clamor universal por liberdade e direitos humanos.
Neste cenário, a comunidade internacional deve olhar atentamente para a Nicarágua, não apenas como observadores, mas como atores capazes de influenciar positivamente a restauração das liberdades fundamentais no país. A fé, longe de ser um elemento divisivo, emerge como um símbolo de unidade e resistência frente à opressão, lembrando-nos do poder indomável do espírito humano diante das adversidades.