A surpreendente guinada do deputado federal Otoni de Paula, um dos antigos pilares do conservadorismo, gerou indignação entre os eleitores que outrora confiavam em sua coerência. Ao lado de Lula, ele não só criticou Jair Bolsonaro, como também tentou minar a legitimidade da direita ao chamar o ex-presidente de "bezerro de ouro". Tal declaração levanta sérias questões sobre os verdadeiros interesses do parlamentar, que parece ter optado pelo pragmatismo em detrimento dos valores.
O oportunismo camuflado de espiritualidade
Em evento no Palácio do Planalto, Otoni participou de uma cerimônia religiosa sancionada pelo governo federal, enquanto alfinetava líderes evangélicos que se mantêm firmes em suas convicções. Ao afirmar “Não sou ponte nenhuma do PT com a igreja, mas sou ponte de oração”, o deputado tenta suavizar sua aproximação com o governo, deixando claro que está disposto a negociar em nome da espiritualidade, enquanto abandona o conservadorismo que antes defendia.
Religião como instrumento de poder
A crítica de Otoni à direita e a utilização de termos como “não sou retardado mental para acreditar nisso” mostram um desdém pelos valores que guiaram a ascensão do conservadorismo no Brasil. Ao atacar figuras como Bolsonaro e líderes religiosos, o deputado revela que sua fé foi usada como ferramenta política. Essa reviravolta prova que, para alguns, o poder vale mais do que a coerência moral e a lealdade aos princípios que o elegeram.