“Abraçou bolsonarismo”, diz Boulos sobre ida de Nunes a ato em SP

Pré-candidato diz que o atual prefeito “escancarou pra quem quiser ver” seu apoio ao ex-presidente

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“Abraçou bolsonarismo”, diz Boulos sobre ida de Nunes a ato em SP
Guilherme Boulos criticou Ricardo Nunes (à esq.) por chamar o evento do ex-presidente Jair Bolsonaro (à dir.) de "ato da democracia"

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol), aspirante à Prefeitura de São Paulo, lançou críticas ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) pela defesa deste último de uma manifestação favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), programada para ocorrer em 25 de fevereiro na Avenida Paulista. A presença de Nunes no evento já foi confirmada.

Boulos utilizou sua conta no X (anteriormente Twitter) nesta sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024, para expressar sua insatisfação. Ele acusou Nunes de omissão diante de eventos anteriores e de agora apoiar abertamente o movimento, interpretado por ele como um endosso ao bolsonarismo. "Ricardo Nunes se calou sobre o 8 de Janeiro e sobre a revelação do golpismo nas operações da PF. Agora, defende a manifestação do dia 25, chamando-a de ‘ato da democracia’. Ou seja, abraçou o bolsonarismo e escancarou pra quem quiser ver", afirmou Boulos.

Nunes, por sua vez, justificou sua intenção de participar do evento como uma forma de gratidão a Bolsonaro, destacando o caráter democrático que ele atribui à manifestação. "Eu devo comparecer. Eu tenho uma gratidão muito grande ao presidente Jair Bolsonaro", declarou o prefeito.

Bolsonaro, por sua parte, tem promovido o ato como uma defesa do Estado democrático de direito, solicitando aos seus seguidores que evitem mensagens ofensivas e optem por vestir as cores nacionais verde e amarelo. Essas declarações surgem enquanto o ex-presidente enfrenta investigações da operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal, que no dia 8 de fevereiro executou dezenas de mandados relacionados a uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder.

O passaporte de Bolsonaro foi confiscado nesse processo, levando sua defesa a solicitar ao Supremo Tribunal Federal, especificamente ao ministro Alexandre de Moraes, sua devolução sob o argumento de que não existe risco de fuga. Este episódio sublinha a tensão política atual e os desafios enfrentados pela democracia brasileira, refletidos nas ações e reações de figuras políticas proeminentes.