O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul gerou forte resistência no setor agrícola europeu, com o Comitê das Organizações e Cooperativas Agrícolas Europeias (Copa-Cogeca) anunciando protestos em Bruxelas para a próxima segunda-feira. Em comunicado, a entidade manifestou receio de que o acordo traga "profundas consequências para a agricultura familiar", prejudicando setores como carne bovina, açúcar, etanol e arroz. "Os receios da comunidade agrícola se concretizaram", afirmou o Copa-Cogeca.
A principal crítica das cooperativas agrícolas europeias é a concorrência desleal com os produtos do Mercosul, que são produzidos com custos mais baixos devido a normas laborais e ambientais menos rigorosas. A UE, segundo o Copa-Cogeca, falhou em estabelecer condições justas para os agricultores locais e não atendeu às expectativas quanto à sustentabilidade e aos compromissos internacionais.
O presidente do Copa-Cogeca, Massimiliano Giansanti, alertou que a decisão envia uma mensagem preocupante aos agricultores europeus, que já enfrentam desafios como altos custos de produção e condições meteorológicas adversas. Ele fez um apelo aos membros da UE para que reconsiderem os termos do acordo e busquem uma solução que proteja o modelo agrícola europeu.