Um levantamento da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) revela que cinco concursos públicos estão oferecendo um total de 601 vagas para fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e médicos veterinários. O Concurso Nacional Unificado (CNU), por exemplo, oferta 361 vagas para o Ministério da Agricultura (Mapa), Incra e Funai, com salários iniciais que variam de R$ 7.296,23 a R$ 15.897,33. Esses valores são quase cinco vezes maiores que o salário base dos fiscais estaduais agropecuários do RS, que é R$ 3.370,02. A prova do CNU está prevista para agosto.
Além disso, há vagas para a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), do Ceará (Adagri) e do Mato Grosso do Sul (Iagro), com salários entre R$ 4.566,67 e R$ 6.655,08. O concurso da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) oferece um salário inicial de R$ 7.605,11, atraindo servidores do RS. No resultado preliminar, entre os primeiros 20 classificados, há três fiscais estaduais agropecuários da Secretaria da Agricultura (Seapi), além de outros 16 no cadastro de reserva. A desvalorização e a falta de perspectiva na carreira são motivos citados por muitos profissionais para migrarem para esses concursos.
Paulo Henrique Ferronato, presidente da Afagro, alerta para a possibilidade de uma evasão em massa de fiscais estaduais agropecuários devido à falta de valorização salarial. "São talentos do setor agropecuário que estão sendo perdidos. Já são dez anos com os salários defasados", ressalta. Ele destaca que a atuação dos fiscais é crucial para a exportação de produtos gaúchos com garantia de qualidade e segurança alimentar.