No nono dia de uma série de manifestações que sacudiram o campo europeu, agricultores da Espanha foram flagrados em atos simbólicos de rejeição a tomates importados do Marrocos, em protesto contra as rígidas medidas ambientais impostas pela União Europeia. Esses agricultores se uniram a um movimento mais amplo de trabalhadores rurais do bloco, clamando por uma redução nos custos de produção agrícola.
Vídeos compartilhados nas plataformas digitais mostram momentos em que fazendeiros descarregam tomates marroquinos ao solo e, em uma demonstração de desaprovação, lançam os frutos na direção de policiais presentes nos protestos.
A contestação espanhola encontra eco no desagrado geral dos agricultores do bloco europeu às diretrizes da Política Agrícola Comum (PAC), que, somadas ao aumento nos preços de energia e combustível, têm comprimido as margens de lucro do setor. Diferentemente de seus homólogos europeus, os produtores marroquinos se beneficiam de regulamentações ambientais e sanitárias menos estritas, permitindo-lhes oferecer produtos a preços mais competitivos.
A insatisfação com a atual política agrícola ultrapassa as fronteiras da Espanha, tendo se iniciado na Alemanha em 8 de janeiro. A mobilização se espalhou por pelo menos outros seis países membros da União Europeia: Bélgica, França, Grécia, Itália, Polônia e Romênia, unindo-se num coro de reivindicações por uma revisão na proposta de acordo comercial com o Mercosul. Os agricultores europeus demandam que os produtores sul-americanos sejam submetidos às mesmas exigências regulatórias que eles, alegando que as normas ambientais vigentes comprometem a competitividade de seus produtos no mercado global.