As lideranças do Partido Liberal (PL) no Congresso Nacional, abrangendo tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado, expressam de forma uníssona a convicção de que a sigla e seus integrantes, em especial o ex-presidente Jair Bolsonaro, estão sendo alvos de uma "perseguição política". Esta percepção ganha corpo diante das recentes operações da Polícia Federal que visam membros do partido, acirrando especulações sobre uma possível detenção de Bolsonaro no horizonte, com alguns prevendo essa ação drástica como iminente, podendo ocorrer em questão de dias ou semanas, a depender dos desenvolvimentos futuros.
Essas investigações federais instigam o temor dentro do partido de um revés sem precedentes nas próximas eleições municipais de outubro. A situação é agravada pela restrição imposta a Valdemar Costa Neto, figura proeminente do PL, de manter qualquer forma de contato com Bolsonaro. Este fato destaca a complexa dinâmica interna e os desafios enfrentados pela legenda na manutenção de sua influência política.
Com o objetivo ambicioso de eleger ao menos 1.500 prefeitos em todo o território nacional, o PL já administrava 371 prefeituras até o final de 2023, evidenciando a meta de expansão de sua base política. A estratégia para alcançar tal feito incluía uma caravana liderada por Bolsonaro, programada para março, visando percorrer todos os estados brasileiros e marcar presença em cidades-chave, especialmente no interior de São Paulo, um bastião da direita brasileira.
Entretanto, as intervenções judiciais conduzidas por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), lançaram dúvidas sobre os planos futuros do partido. As decisões do STF levantam questões sobre a legalidade das movimentações políticas do PL, sugerindo que tais atividades poderiam ser interpretadas como ilegais. Isso, por sua vez, poderia resultar em novas ações legais, complicando ainda mais a situação política e jurídica do partido e de seus membros mais proeminentes.