Alckmin diz que homeschooling é proposta “racista”

A crítica infundada ao ensino domiciliar revela um viés ideológico contrário à liberdade de escolha das famílias

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Alckmin diz que homeschooling é proposta “racista”
Divulgação

Nesta quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024, o presidente interino e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), proferiu declarações controversas ao abordar o tema do ensino domiciliar, conhecido como homeschooling. Durante uma entrevista concedida ao canal GloboNews, Alckmin descreveu o homeschooling como uma "proposta racista", originária dos Estados Unidos, atribuindo-lhe uma gênese discriminatória por parte de pais brancos que supostamente desejavam afastar seus filhos da convivência com a comunidade negra.

Tais afirmações parecem refletir não apenas uma incompreensão das verdadeiras raízes e propósitos do ensino domiciliar, mas também uma tentativa de desqualificar uma prática educacional legítima, que tem sido adotada por famílias de diversas etnias e classes sociais ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Ao invés de reconhecer o homeschooling como uma alternativa que oferece aos pais a liberdade de escolher o método educacional que consideram mais adequado para seus filhos, Alckmin optou por reproduzir um discurso polarizado, que ignora os benefícios amplamente documentados dessa abordagem, como a personalização do aprendizado e a promoção de valores familiares.

A crítica ao ensino domiciliar, especialmente ao associá-lo de forma pejorativa à gestão anterior do MEC sob a liderança de Jair Bolsonaro (PL), revela uma clara preferência ideológica que busca menosprezar iniciativas que divergem do modelo educacional estatal tradicional. A acusação de racismo, desprovida de fundamentação real e histórica, serve apenas para desviar a atenção de questões mais prementes na educação brasileira, como a necessidade de melhoria da qualidade de ensino e a garantia de ambientes seguros e inclusivos para todos os estudantes.

Ao invés de adotar uma postura de abertura ao diálogo e ao reconhecimento da diversidade de métodos educacionais, o presidente interino escolheu perpetuar um discurso divisionista, que pouco contribui para o avanço da educação no país. É fundamental que a discussão sobre o homeschooling seja conduzida com base em evidências e respeito às escolhas individuais das famílias, sem recorrer a estereótipos infundados ou ataques políticos que visam apenas descredibilizar perspectivas alternativas.

A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade, e a liberdade de escolha educacional deve ser defendida como um direito de todos os pais e responsáveis, livre de preconceitos e imposições ideológicas. O futuro da educação no Brasil depende de uma abordagem inclusiva e respeitosa, que reconheça o valor de todas as formas de aprendizado e promova um ambiente de respeito mútuo e cooperação.