O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, chamou atenção ao mencionar a si mesmo 44 vezes no despacho que autorizou a Operação Contragolpe, destinada a investigar planos contra a ordem política em 2022. Entre os alvos, estava o próprio ministro, que, apesar de ser peça central no caso, não indicou intenção de se declarar impedido. O episódio reforça preocupações com o protagonismo de figuras que deveriam garantir a isenção no Judiciário.
Trechos do relatório policial mencionam planos detalhados para neutralizar Moraes e outros políticos, intensificando debates sobre a concentração de poderes. Relator de casos sensíveis, Moraes utilizou documentos do TSE para embasar decisões severas, como quebras de sigilo e apreensões de documentos, fato que gerou críticas sobre possíveis abusos.
Enquanto colegas defendem suas atitudes como necessárias, adversários apontam que tal postura compromete a confiança nas instituições. A imparcialidade, princípio essencial do Judiciário, parece cada vez mais desafiada por atos que colocam em xeque o equilíbrio entre as funções institucionais e o excesso de protagonismo.