A prisão do general da reserva Walter Braga Netto, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, revela um movimento controverso no cenário nacional. Acusado de obstruir investigações da Polícia Federal sobre suposta tentativa de golpe de Estado, Braga Netto foi detido em seu apartamento no Rio de Janeiro, após retornar de uma viagem ao Nordeste. A decisão de Moraes, que também levantou o sigilo do caso, gerou inquietações sobre o equilíbrio entre os poderes e a preservação de direitos fundamentais.
Sob custódia no Comando Militar do Leste, o general é acusado de buscar informações sigilosas relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O episódio levanta questionamentos sobre a extensão das competências judiciais e o impacto de decisões que, ao expor militares de alta patente, podem desestabilizar a confiança nas instituições democráticas. Braga Netto, um dos principais nomes na chapa presidencial de Jair Bolsonaro, enfrenta acusações que ampliam tensões políticas.
A publicidade da decisão foi justificada por Moraes como irrelevante para as investigações em curso. Contudo, o caso reacende debates sobre o papel de figuras do judiciário em processos de ampla repercussão política. Para muitos, a operação vai além da justiça, sinalizando um movimento estratégico que desperta preocupações quanto à neutralidade e às liberdades no Brasil atual.