O deputado federal Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de 2019 a 2021, foi intimado para prestar depoimento em 27 de fevereiro, conforme informado por fontes oficiais. O depoimento está programado para ocorrer nas instalações da Polícia Federal (PF) em Brasília.
Ramagem, que está no centro de uma investigação relacionada ao suposto monitoramento ilegal de jornalistas, advogados e opositores do clã Bolsonaro, afirmou: "Até o momento, não tive acesso aos autos", sete dias após ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão na semana passada.
Agentes da PF realizaram buscas no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e em seu apartamento funcional em Brasília.
A Operação Vigilância Aproximada, além de Ramagem, que também é delegado da PF, está investigando outros policiais federais suspeitos de participar de uma organização criminosa que teria se infiltrado na Abin com o objetivo de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando um software espião chamado FirstMile.
De acordo com as investigações, Ramagem teria autorizado os monitoramentos sem a devida fundamentação técnica.
Na quarta-feira (31/1), Ramagem se encontrou com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Durante a breve reunião, Pacheco discutiu com líderes da oposição no Senado.
Senadores de oposição expressaram a Pacheco suas preocupações sobre como as operações da PF têm visado parlamentares contrários ao governo federal. Além disso, manifestaram descontentamento com a condução dos inquéritos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), também foi alvo de mandados de busca e apreensão pela PF para investigar seu suposto envolvimento nos atos do 8 de janeiro.