Ao condenar publicamente os ataques dos EUA e de Israel contra instalações nucleares iranianas, o governo Lula sinalizou um posicionamento internacional que preocupa diplomatas e agentes do mercado. A ausência de qualquer crítica ao regime do Irã, mesmo diante de ameaças como o fechamento do Estreito de Ormuz, expõe o Brasil a um isolamento perigoso em plena crise geopolítica.
O Itamaraty insiste em uma neutralidade que, na prática, favorece regimes autoritários e hostis à ordem internacional. Essa ambiguidade mina a confiança de parceiros estratégicos como Estados Unidos e União Europeia, em um momento em que o país depende de acordos comerciais, investimentos e acesso a mercados sensíveis.
Se o Irã cumprir a ameaça de bloquear a principal rota do petróleo global, o impacto será direto sobre a economia brasileira. Alta nos combustíveis, pressão inflacionária e encarecimento da produção são apenas algumas das consequências. Ao adotar uma diplomacia de confronto seletivo, o governo Lula arrisca colocar o Brasil na contramão do equilíbrio e do interesse nacional.