Açúcar fecha semana com alta acumulada de mais de 4,5% na bolsa de NY com foco na oferta

Preocupações com a oferta e movimentações financeiras impulsionam cotações futuras em bolsas internacionais e no Brasil

· 2 minutos de leitura
Açúcar fecha semana com alta acumulada de mais de 4,5% na bolsa de NY com foco na oferta
Reprodução

As cotações futuras do açúcar tiveram uma conclusão notável nesta sexta-feira (19), com aumentos expressivos nas bolsas de Nova York e Londres. Essa tendência ascendente proporcionou um ganho acumulado semanal superior a 4,5% no terminal norte-americano, impulsionada principalmente pelos temores relacionados à oferta. Este cenário reflete a complexidade e a interdependência do mercado global de açúcar, onde diversos fatores convergem para afetar os preços.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou um aumento de 2,30% no dia, sendo cotado a 23,57 cents/lb, oscilando entre a máxima de 23,75 cents/lb e a mínima de 23,04 cents/lb. Simultaneamente, no terminal de Londres, o primeiro contrato do açúcar saltou 1,89%, alcançando US$ 663,60 por tonelada.

A preocupação com a oferta global continua a ser um fator crucial na sustentação dos preços externos do açúcar. Além da constante atenção às condições climáticas em regiões produtoras asiáticas, como Índia e Tailândia, a nova safra brasileira também começou a influenciar o mercado. Operadores estão atentos à situação meteorológica no Centro-Sul do Brasil, cujo impacto na produção do ciclo 2024/25, que inicia em abril deste ano, é motivo de especulação. Apesar deste período de entressafra, a moagem de cana e a produção de açúcar seguem a pleno vapor.

Conforme destacado pela agência de notícias Reuters, "Os revendedores afirmam que o mercado foi apoiado por preocupações com o tempo seco no maior produtor, o Brasil, juntamente com colheitas fracas na Índia e na Tailândia". Além disso, a logística global permanece como um fator crítico, especialmente com os recentes impactos no Oriente Médio. A Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) ressaltou que "O conflito no Mar Vermelho poderia reduzir uma oferta já escassa de açúcar refinado".

No aspecto financeiro, o mercado do açúcar encontrou suporte na alta do petróleo, apesar de uma inversão posterior. A desvalorização do dólar em relação ao real tende a desencorajar as exportações, mas ao mesmo tempo, oferece suporte aos preços do adoçante.

No mercado interno brasileiro, as variações nos preços do açúcar foram mais expressivas. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou cotado a R$ 144,90 por saca de 50 kg, com uma valorização de 0,79%. Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar manteve-se estável, cotado a R$ 153,64, segundo dados da consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), foi negociado a US$ 24,24 c/lb, com valorização de 3,06%.

Essa dinâmica nos mercados de açúcar, tanto a nível global quanto local, ilustra as diversas variáveis que influenciam a indústria açucareira. As oscilações de preços refletem as constantes adaptações do setor às condições de mercado, climáticas e geopolíticas, demonstrando a complexidade e a volatilidade inerentes a este segmento crucial da economia agrícola.