Com 262 assinaturas válidas, o PL protocolou nesta segunda-feira o requerimento de urgência para o projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O movimento intensificou a pressão dentro da Câmara e expôs o desconforto do governo, que tenta, nos bastidores, convencer aliados a retirarem seus apoios ao avanço da matéria.
Embora o protocolo represente apenas um passo formal, o gesto tem peso político. O presidente da Câmara, Hugo Motta, ainda precisa colocar o tema em pauta, mas já negocia com ministros do STF e representantes do Planalto. A proposta divide o Congresso e a opinião pública, mas tem ganhado força entre parlamentares que enxergam excessos nas punições e um claro uso político das prisões.
O projeto, que pode alcançar inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, reacende o debate sobre o alcance da responsabilização e o papel das instituições. Enquanto a esquerda teme perder o controle da narrativa, parte da população exige justiça equilibrada, longe de perseguições seletivas.