Erika Guevara-Rosas, diretora de investigação da Anistia Internacional, enviou uma carta aberta ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, exigindo uma resposta urgente à crise na Venezuela. A cobrança vem na esteira da investigação do TPI sobre crimes contra a humanidade, que ainda não resultou em mandado de prisão contra o ditador Nicolás Maduro.
Apesar das evidências de abusos graves, Khan ainda não tomou medidas concretas contra Maduro. Guevara-Rosas critica a inação do TPI e demanda que o tribunal intensifique sua atuação para enfrentar a repressão e as violações de direitos humanos no país.
"O silêncio do procurador Karim Khan diante da crise que assola a Venezuela é alarmante. Sua promotoria foi testemunha da morte de dezenas de pessoas nas mãos das forças de segurança e de grupos armados pró-governo, assim como da detenção arbitrária de mais de mil pessoas em poucos dias, apenas por se oporem ou serem consideradas como opositores do governo de Nicolás Maduro. Além disso, foram registrados ataques, ameaças e hostilização de defensores de direitos humanos e organizações da sociedade civil que expõem as arbitrariedades do governo, e que veem a sua promotoria como um último recurso para se fazer justiça”, escreveu Erika.
“Esta tragédia é uma consequência da impunidade pelas graves violações dos direitos humanos e crimes contra a humanidade que o governo Maduro comete há anos. No entanto, o atual aumento (…) exige que a sua investigação sobre a situação no país seja acelerada urgentemente”, pede Erika.
A carta pede que o TPI emita urgentemente uma “declaração preventiva sobre a situação na Venezuela, avisando os supostos responsáveis por crimes de direito internacional de que eles serão levados à Justiça”.