Antissemitismo cresce nas universidades brasileiras e atinge nível histórico

Levantamento da Conib aponta aumento de 350% nas denúncias em dois anos e registra episódios em campi de todo o país

· 1 minuto de leitura
Antissemitismo cresce nas universidades brasileiras e atinge nível histórico
© ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

As universidades brasileiras registram um crescimento expressivo de casos de antissemitismo. Dados da Confederação Israelita do Brasil (Conib) indicam que as denúncias saltaram de 397 em 2022 para 1.788 em 2024, o equivalente a quase cinco ocorrências por dia. Segundo a entidade, trata-se da maior escalada já observada no ambiente acadêmico nacional.

Episódios recentes reforçam o alerta. Na Universidade de São Paulo (USP), o cientista político André Lajst teve uma palestra interrompida por manifestantes. Na Universidade Federal do Ceará (UFC), um evento acadêmico foi cancelado após invasão de pessoas mascaradas. Na PUC-Rio, alunos judeus relataram restrições à participação em debates sobre o Hamas.

Além de manifestações, há registros de decisões institucionais. Unicamp e UFC suspenderam acordos com universidades israelenses, enquanto uma prova de vestibular da UECE incluiu questão que gerou críticas por relativizar o Holocausto. Para o pesquisador Matheus Alexandre, os episódios seguem um padrão que ele define como “antissemitismo virtuoso”, fenômeno já observado em universidades dos Estados Unidos e da Europa e que agora se manifesta no Brasil.