O diretor de Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), André Fidelis, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (5/7). A demissão ocorreu após uma série de reportagens revelarem irregularidades nos descontos aplicados sobre os vencimentos de aposentados. A Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o próprio INSS iniciaram investigações com base nas denúncias.
No TCU, determinou-se a interrupção dos descontos e a apuração das responsabilidades envolvidas. O Ministério Público Federal (MPF) também solicitou a suspensão dos descontos e a devolução dos valores aos aposentados. Fidelis era responsável por assinar termos de cooperação técnica com associações e sindicatos que ofereciam serviços como planos de saúde e seguros, descontando valores das aposentadorias dos filiados.
Apesar das denúncias de fraudes e do crescimento exponencial de faturamento dessas entidades, Fidelis firmou sete novos termos de cooperação somente em 2024. Algumas dessas associações estavam ligadas a empresários de seguros e planos de saúde, e uma delas sequer possuía estrutura adequada, operando apenas em uma sala vazia em São Paulo. A omissão de informações sobre os contratos pesou na decisão de sua exoneração. Fidelis, ao ser questionado, havia admitido apenas dois termos de cooperação técnica, quando, na verdade, eram sete.