O volume de transações via Pix disparou após o governo revogar a portaria da Receita Federal que ampliava o monitoramento da ferramenta. Entre 16 e 27 de janeiro, foram registradas 1,923 bilhões de transferências, um aumento de 0,24% em relação ao mesmo período de novembro. A queda anterior revelou o medo dos brasileiros diante da tentativa do governo de vigiar movimentações financeiras acima de cinco mil reais. O Palácio do Planalto alegou que houve “distorção” da medida, mas a realidade mostra que a população rejeitou mais um avanço estatal sobre a liberdade econômica.
A medida foi amplamente criticada, pois evidenciou a intenção de ampliar o controle sobre os cidadãos, sem apresentar soluções reais para o descontrole fiscal. Dados do Banco Central apontam que, antes do recuo, a quantidade de transações caiu além do esperado para o período, um reflexo da insegurança causada pelo monitoramento. O governo tentou justificar a decisão, mas as respostas foram vistas como tentativas de minimizar o desgaste político.
Pesquisas indicam que dois em cada três brasileiros consideram que o governo errou ao interferir no Pix. O episódio se tornou a lembrança negativa mais marcante da gestão, à frente até de problemas como inflação e aumento de impostos. A tentativa de ampliação da fiscalização não apenas causou pânico entre os mais humildes, como também expôs a fragilidade de um governo que insiste em buscar mais arrecadação, ao invés de cortar privilégios e enxugar a máquina pública.