Aposta política do pacote fiscal de Haddad pode dificultar avanço no Congresso

A desconfiança do mercado e de parlamentares só aumentou, especialmente com a inclusão da proposta de elevar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, representando uma renúncia de receitas de dezenas de bilhões de reais

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Aposta política do pacote fiscal de Haddad pode dificultar avanço no Congresso
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O pacote de ajuste fiscal, anunciado sob a liderança do ministro Fernando Haddad, gerou inquietação no mercado e entre parlamentares. A proposta inclui a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, resultando em significativa renúncia fiscal. Apesar de apresentada como um esforço de "justiça social", a medida é vista por analistas como eleitoral, agravando a desconfiança em relação às contas públicas.

Com pressa para aprovar o pacote antes do recesso, o governo enfrenta resistência no Congresso. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou prioridade às medidas, falta articulação mais sólida na Câmara dos Deputados. A ausência de rascunhos detalhados da proposta até agora só aumenta as dúvidas sobre a viabilidade de avançar em um calendário apertado.

O mercado segue atento às consequências das medidas, com impactos visíveis no câmbio e nos juros. O desafio do governo é conciliar interesses políticos e econômicos, sem comprometer ainda mais a credibilidade fiscal e a confiança dos investidores.