O pacote de ajuste fiscal, anunciado sob a liderança do ministro Fernando Haddad, gerou inquietação no mercado e entre parlamentares. A proposta inclui a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, resultando em significativa renúncia fiscal. Apesar de apresentada como um esforço de "justiça social", a medida é vista por analistas como eleitoral, agravando a desconfiança em relação às contas públicas.
Com pressa para aprovar o pacote antes do recesso, o governo enfrenta resistência no Congresso. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou prioridade às medidas, falta articulação mais sólida na Câmara dos Deputados. A ausência de rascunhos detalhados da proposta até agora só aumenta as dúvidas sobre a viabilidade de avançar em um calendário apertado.
O mercado segue atento às consequências das medidas, com impactos visíveis no câmbio e nos juros. O desafio do governo é conciliar interesses políticos e econômicos, sem comprometer ainda mais a credibilidade fiscal e a confiança dos investidores.