Na noite de quinta-feira (25), o presidente Javier Milei anunciou a destituição do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, justificando sua responsabilidade por vazamentos "maliciosos" ocorridos após as reuniões semanais do gabinete, conforme confirmado por altos funcionários da Casa Rosada ao jornal La Nacion. Até o momento, não houve comunicado oficial sobre a medida, e Ferraro não respondeu às tentativas de contato do governo.
Além da acusação de vazamento de informações das reuniões de gabinete, Ferraro enfrentava insatisfação em relação ao ritmo do Ministério e conflitos com o chefe de ministros, Nicolás Posse. Após a decisão, a pasta será rebaixada à categoria de secretariado e absorvida pelo chefe da Economia, Luis "Toto" Caputo, que desfruta da total confiança do presidente, consolidando mais poder sob sua órbita.
Ferraro, responsável pela supervisão da aliança La Libertad Avanza (LLA) durante a campanha eleitoral, é o primeiro ministro a ser destituído do gabinete, apenas 45 dias após o início da administração. Economista e contador, com experiência no peronismo e no Pro, do ex-presidente Mauricio Macri, Ferraro defendeu durante sua nomeação uma abordagem que reduzisse a participação do Estado na economia.
Parte do desconforto do presidente e de seu círculo de confiança nesta quinta-feira foi causada pelo vazamento de parte do conteúdo de sua reunião com ministros, incluindo uma frase atribuída a ele sobre os governadores. Alegadamente, Ferraro teria dito que "deixaria os líderes provinciais sem um centavo" se não apoiassem a aprovação da lei omnibus no Congresso.
Esse vazamento, no entanto, não teria sido o primeiro, com outros ocorrendo nas semanas seguintes às reuniões de ministros. A Casa Rosada destacou o caráter malicioso desses vazamentos, afirmando que as informações prestadas não eram totalmente verdadeiras e, em alguns casos, distorcidas.
Esta é a primeira saída significativa no gabinete, ocorrendo 45 dias após a posse presidencial. Ferraro já enfrentara um revés em dezembro, quando a área estratégica de Energia foi retirada de sua órbita e colocada sob a responsabilidade de Caputo, na Economia.