Ascensão notável nos mercados globais de açúcar: Reflexo das mudanças na produção mundial

Dinâmicas internacionais e nacionais: A influência nos preços futuros do açúcar

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Ascensão notável nos mercados globais de açúcar: Reflexo das mudanças na produção mundial
Reprodução

Nesta quarta-feira, os mercados de Nova York e Londres testemunharam um significativo aumento nos contratos futuros do açúcar, impulsionados pelas preocupações com a produção da Índia e pela expectativa de aumento no preço mínimo da cana-de-açúcar para 2024/25. Na Bolsa de Nova York, o contrato mais negociado do açúcar bruto valorizou-se em 2,99%, cotado a 24,46 cents/lb, atingindo picos de 24,54 cents/lb e mínimas de 23,45 cents/lb. Paralelamente, em Londres, o primeiro contrato do açúcar subiu 2,31%, alcançando US$ 685,30 a tonelada.

Esta ascensão veio à tona com a notícia de um incremento de 8% no preço mínimo para a cana-de-açúcar a partir de 1º de outubro de 2024, como apontado pela agência Reuters. "[Isso ocorre] à medida que o segundo maior produtor de açúcar do mundo tenta elevar a produção após impactos da seca", ressaltou a agência.

A Organização Internacional do Açúcar (ISO) trouxe um panorama mais otimista em relação à safra indiana. "A produção da Índia em 2023/24 pode ser maior do que o esperado, já que o clima favorável levou Uttar Pradesh, Maharashtra e Karnataka a aumentar suas previsões em 5-10%", indicou a ISO.

No aspecto financeiro, o mercado do açúcar foi favorecido pela valorização de aproximadamente 1% do petróleo no cenário internacional. Tais variações no preço do petróleo influenciam diretamente a decisão das usinas sobre o mix de produção, oscilando entre a produção de açúcar e a de etanol.

Além disso, a queda do dólar em relação ao real tende a desestimular as exportações de commodities, mas, em contrapartida, oferece suporte aos preços internacionais dos produtos agrícolas.

No mercado interno brasileiro, observa-se uma tendência de queda nos preços spot do açúcar, em meio a condições mais favoráveis para exportação. Segundo o Indicador CEPEA/ESALQ, o açúcar Icumsa de 130 a 180, no mercado paulista, foi cotado a R$ 143,85 por saca de 50 kg, apresentando uma redução de 0,83%.

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o preço do açúcar permaneceu estável em R$ 155,10, de acordo com a consultoria Datagro. Por outro lado, o açúcar VHP, negociado em Santos (SP), registrou no último dia de apuração um preço FOB de US$ 24,98 c/lb, com um aumento de 1,05%.

Este cenário reflete a complexa dinâmica global do mercado de açúcar, evidenciando a interdependência entre os fatores de produção, financeiros e geopolíticos. A volatilidade nos mercados internacionais e as decisões de política agrícola dos principais produtores têm impacto direto nos preços, demonstrando a necessidade de um olhar atento e estratégico por parte dos produtores e investidores do setor.