Embora tragédias naturais atinjam o país anualmente, os recursos destinados para combatê-las frequentemente não são integralmente utilizados. Até 2 de maio, apenas 19% dos R$ 2,6 bilhões previstos para prevenção e combate a desastres naturais em 2024 foram usados, revela a associação Contas Abertas. Este valor, equivalente a R$ 494 milhões, só é repassado mediante apresentação de projetos por prefeituras ou deputados federais.
O levantamento destaca que, desde 2010, apenas 65% dos R$ 70 bilhões autorizados para enfrentar fenômenos climáticos foram efetivamente gastos. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul sofre uma devastadora catástrofe: 80% dos municípios foram afetados por enchentes, resultando em mais de cem mortes e ao menos 230 mil desabrigados. Apenas uma parlamentar gaúcha destinou emendas para prevenção de desastres em 2024.
Os ministérios culpam as prefeituras pela falta de projetos, sem abordar as dificuldades enfrentadas para elaborá-los. Essa realidade evidencia a ineficiência e a falta de prioridade na gestão pública, prejudicando diretamente a população afetada pelas calamidades.