Auditores do Banco Central criticam decisão de Toffoli e falam em angústia e revolta

Associação reage à acareação no caso Banco Master e aponta tentativa de personalizar decisão técnica e colegiada

· 1 minuto de leitura
Auditores do Banco Central criticam decisão de Toffoli e falam em angústia e revolta
© Agência Brasil

Auditores do Banco Central reagiram com indignação à acareação determinada pelo ministro Dias Toffoli, do STF, no âmbito do caso Banco Master. O presidente da Associação Nacional dos Auditores do Banco Central, Thiago Cavalcanti, afirmou que a medida causou “angústia” e “revolta” entre os servidores, ao expor de forma individual um diretor por uma decisão que, segundo a entidade, foi estritamente institucional.

De acordo com Cavalcanti, a liquidação do banco não partiu de uma escolha pessoal do diretor Ailton Aquino, mas foi definida pela presidência do Banco Central, sob a condução de Gabriel Galípolo, e executada por uma estrutura técnica composta por cerca de 600 servidores. “Você não pode responsabilizar a pessoa física do diretor por um trabalho feito em conjunto”, afirmou o dirigente da associação.

Para os auditores, a decisão do ministro personaliza deliberadamente um processo colegiado, criando um ambiente de intimidação contra quem atuou na apuração de fraudes estimadas em R$ 12,2 bilhões. A entidade sustenta que eventuais dúvidas poderiam ser esclarecidas por meio de relatórios técnicos, sem submeter um servidor público a constrangimento público.

Cavalcanti classificou o episódio como “estranho” e rechaçou qualquer acusação de omissão ou precipitação. Segundo ele, “a liquidação seguiu rigorosamente os trâmites regulares”. Diante do cenário, a associação passou a defender com mais ênfase a aprovação da PEC 65, que prevê proteção jurídica a decisões técnicas, sob o argumento de que, sem essa salvaguarda, servidores ficam vulneráveis a pressões de natureza política.