A crise das emendas parlamentares ganhou um novo capítulo com o "almoço institucional" promovido pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro, que reuniu líderes dos Três Poderes, ocorre após a suspensão das transferências impositivas, determinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e endossada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. A decisão gerou revolta no Congresso, que ameaçou retaliar o STF ao ressuscitar projetos de lei que podem limitar a atuação dos ministros, em um claro confronto de poderes.
Durante o encontro, Barroso destacou a importância de princípios constitucionais como integridade, transparência e interesse público para mediar a crise. Contudo, nos bastidores, o movimento do STF é visto como uma manobra alinhada aos interesses do Planalto, especialmente considerando a crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao volume do Orçamento controlado pelo Congresso. A fala de Lula, afirmando que "não tem nenhum país do mundo em que o Congresso tenha sequestrado parte do Orçamento", só acirrou o embate, refletindo a tentativa de centralizar o poder nas mãos do Executivo.
Em resposta, o Congresso, liderado por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, articula medidas para pressionar o governo, ameaçando atrasar a votação do Orçamento de 2024. A reunião de Lira e Lula, fora da agenda oficial, sinaliza uma tentativa de apaziguar a situação, mas a tensão permanece. A crise expõe a luta de poder que pode comprometer a governabilidade, mostrando a resistência do Legislativo contra o avanço autoritário da esquerda, disfarçado de busca por "integridade" e "transparência".