O governo federal já despejou mais de R$ 300 milhões no Grupo Globo em publicidade oficial, superando em apenas dois anos os repasses feitos durante toda a gestão anterior. A dinheirama, vinda dos cofres públicos, reforça a relação de dependência entre a emissora e a máquina estatal, garantindo a continuidade de sua narrativa alinhada ao governo. Enquanto a população enfrenta o custo de vida crescente, o dinheiro que poderia ser investido em áreas essenciais financia a velha mídia.
A maior parte do valor foi destinada à TV aberta, que embolsou R$ 288 milhões, enquanto outros veículos do conglomerado, incluindo rádio, internet e TV por assinatura, também receberam fatias generosas. O governo justifica o gasto como parte de campanhas institucionais, mas os números escancaram um padrão de favorecimento, onde determinados grupos midiáticos recebem quantias exorbitantes, enquanto a transparência e o equilíbrio na distribuição de verbas são deixados de lado.
A Secom, agora comandada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, mantém a torneira aberta para os aliados de sempre, sem qualquer sinal de mudança no modelo de financiamento da mídia estatal. Em um cenário de crise econômica, a prioridade deveria ser aliviar o peso no bolso do cidadão, e não bancar um aparato de comunicação que serve como escudo governamental. A velha fórmula do dinheiro público sustentando a mídia amiga segue intacta, prejudicando a pluralidade e transformando o jornalismo em um braço da propaganda oficial.
