O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$57,4 bilhões em projetos de infraestrutura e transição energética, marcando um aumento de 24% em relação a 2022, o maior valor dos últimos cinco anos. Conforme reportado por O Globo, esse crescimento surpreendeu até a própria diretoria do banco, levantando questionamentos sobre a sustentabilidade e a eficácia desta expansão. A expectativa para 2024 é de liberar ainda mais fundos, em um movimento que reflete a visão expansionista do governo Lula.
A diretora do BNDES destacou o alinhamento do banco com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), citando o projeto do Trem Intercidades Eixo Norte (TIC Eixo Norte) como um exemplo. Esse projeto, que busca conectar São Paulo a Campinas, conta com um aporte de 6,4 bilhões de reais do BNDES. No entanto, o Presidente Lula, ao ressaltar a importância desse projeto durante uma reunião com governadores em dezembro, ignorou preocupações relacionadas à eficiência e ao retorno desses investimentos.
A visão do governo Lula sobre o papel do Estado na economia foi reiterada de forma contundente por Mercadante em agosto de 2023. Durante o relançamento do PAC no Rio de Janeiro, Mercadante proclamou: “Não temos como ser Brasil sem ser grande… Uma grande nação só se constrói planejando e executando a sua visão portadora de futuro… Nós precisamos de mais Estado, e nós viemos para isso”. Ele destacou o papel dos bancos públicos, como o BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Finep, BNB e Basa, na promoção de uma maior intervenção estatal.
Essa abordagem, embora celebrada pelo atual governo, gera inquietações quanto à efetividade e ao real impacto no desenvolvimento econômico. A crescente influência estatal nos setores financeiro e econômico, exemplificada pela política de expansão do BNDES, suscita dúvidas sobre a dependência do setor público e a viabilidade a longo prazo desses investimentos maciços, especialmente em um contexto de crescente endividamento e desafios fiscais do país.