Bolsonaro admite usar plano de Ciro para Lula

O ex-presidente não descarta a possibilidade de pedir refúgio em uma embaixada para evitar a prisão

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Bolsonaro admite usar plano de Ciro para Lula
Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não descartou a possibilidade de pedir refúgio em uma embaixada para evitar a prisão caso seja condenado pela suposta tentativa de golpe de Estado. Em entrevista, Bolsonaro reconheceu que poderia adotar uma estratégia proposta por Ciro Gomes (PDT) para proteger Lula de um mandado de prisão relacionado à Lava Jato. “Embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir para lá", afirmou o ex-presidente, ressaltando que, caso tivesse pendências, estaria nos Estados Unidos.

Bolsonaro também criticou as operações da Polícia Federal e a atuação do STF, destacando o risco que sente. “Eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Eu já tive três [operações de] busca e apreensão, tá? Absurdas, absurdas", disse. Ele reforçou sua posição de que o STF poderia cometer arbitrariedades em seu caso, alertando sobre as consequências dessa perseguição.

A declaração de Bolsonaro levanta questões sobre o uso da diplomacia para evitar represálias, além de evidenciar a crescente tensão entre o ex-presidente e o atual sistema judiciário. A situação reflete a polarização política que ainda divide o Brasil.

Ciro Gomes propõe plano para blindar Lula

Em 2016, Ciro Gomes sugeriu uma estratégia polêmica para evitar a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, propondo formar um grupo de juristas e levá-lo a uma embaixada para solicitar asilo. O ex-ministro de Lula criticou a nomeação de seu aliado para a Casa Civil, afirmando que a medida de Dilma Rousseff “ultrapassou os limites do cargo”.

Ciro defendeu que, em caso de uma prisão arbitrária, sua proposta de "solidariedade particular" envolveria proteger Lula por meios excepcionais, como o envio à embaixada. Segundo ele, essa ação seria um direito de proteger alguém de uma "ilegalidade". Sua declaração refletiu uma crítica à utilização da política de forma pessoal.

Com Lula condenado e preso em 2017, a sugestão de Ciro permanece como um exemplo das atitudes extremas que o cenário político brasileiro presenciou, com um discurso que, ao buscar proteger um aliado, desconsidera o princípio da legalidade e os limites institucionais.

A estadia de Bolsonaro na embaixada húngara

Em 25 de março de 2024, o New York Times divulgou imagens que indicam que Jair Bolsonaro passou 48 horas na embaixada da Hungria, quatro dias após a Operação Tempus Veritatis da PF, que investigou um alegado plano de golpe de estado no Brasil. O jornal sugeriu que o ex-presidente buscava uma aproximação com Viktor Orban para evitar o sistema judicial brasileiro.