O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com veemência às acusações feitas por seu ex-ajudante, tenente-coronel Mauro Cid, em delação premiada. Em entrevista à Bloomberg, Bolsonaro afirmou que Cid está “sendo chantageado” para incriminá-lo e sua família, negando qualquer envolvimento em supostos planos golpistas após as eleições de 2022. “O que ele disse é absurdo”, declarou, reforçando sua defesa e questionando a credibilidade das alegações.
Os depoimentos de Cid, sob sigilo determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, vazaram parcialmente pela imprensa, sugerindo que Bolsonaro teria discutido a decretação de estado de sítio para contestar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Polícia Federal indiciou o ex-presidente e 39 pessoas por suposta organização criminosa, com acusações que incluem tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito.
Enquanto nomes como Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro são citados na delação, aliados como o senador Jorge Seif (PL-SC) negam qualquer envolvimento, classificando as acusações como “falaciosas, absurdas e mentirosas”. O caso expõe não apenas as tensões políticas, mas também a fragilidade de um sistema onde narrativas são construídas e desconstruídas conforme conveniências. Resta saber quem pagará o preço final nesse jogo de poder.