A campanha de reeleição de Ricardo Nunes (MDB) sofre um abalo significativo com o distanciamento de Jair Bolsonaro. Pressionado pela ascensão de Pablo Marçal, Bolsonaro sinaliza que não se envolverá diretamente na campanha de Nunes, optando por focar em seus aliados no Rio de Janeiro e Santa Catarina. Marçal, por sua vez, tem conquistado o eleitorado conservador ao encarnar os valores que Nunes hesita em defender publicamente, tornando-se o novo herdeiro do espólio político bolsonarista.
O racha entre o bolsonarismo e o pragmatismo de Nunes ficou evidente na recente sabatina de O Antagonista. Enquanto Nunes suaviza seu discurso sobre os réus do 8 de janeiro, questionando apenas a dosimetria das penas, Bolsonaro mantém sua postura firme em favor da anistia. A hesitação do prefeito em adotar as pautas conservadoras com vigor alimenta o crescimento de Marçal, que se destaca por sua autenticidade nas redes sociais e forte defesa dos ideais bolsonaristas.
A divisão interna do campo conservador em São Paulo reflete a busca de uma liderança clara que realmente represente os valores da direita. Nunes parece estar perdendo o apoio bolsonarista, e Marçal surge como uma nova força, impulsionado pela base eleitoral de Bolsonaro.
