Boulos barrado: Resistência interna expõe racha no governo

Disputa por cargos expõe racha interno e desconfiança dentro da base governista

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Boulos barrado: Resistência interna expõe racha no governo
 Foto: Ricardo Stuckert / PR

A possível nomeação de Guilherme Boulos para um ministério no governo enfrenta resistência dentro de sua própria base. Tanto no PSOL quanto no PT, há descontentamento com a ideia de integrar o ex-líder do MTST à Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela articulação com movimentos sociais. Apesar do desejo do presidente em fortalecer esse vínculo, as disputas internas mostram que nem mesmo seus aliados confiam plenamente na escolha.

No PSOL, a divisão é evidente. Enquanto a ala majoritária, liderada por Boulos, busca aproximação com o governo, a ala minoritária teme que a adesão completa ao Planalto comprometa a identidade do partido. “O Boulos tem uma política de aproximação bem forte com o PT, então não é algo impossível de acontecer”, afirmou um membro da sigla. No entanto, há quem enxergue risco em embarcar de vez em uma gestão marcada por alianças questionáveis.

No PT, a resistência tem um motivo claro: o controle da “cozinha do Planalto” não pode ser entregue a um forasteiro. O partido não quer abrir espaço para um aliado que pode, no futuro, tornar-se um concorrente. O impasse escancara a fragilidade da base governista, que, entre brigas por cargos e poder, mostra mais preocupação em manter privilégios do que em governar.