No primeiro turno das eleições de 2024, o candidato Guilherme Boulos foi o mais votado nas seções eleitorais instaladas em presídios da capital paulista, obtendo 56% dos votos válidos. Boulos, conhecido por suas pautas e movimentos controversos, atraiu o apoio majoritário dos detentos provisórios, destacando um cenário preocupante sobre o tipo de discurso que reverbera nesse contexto. Entre os demais candidatos, Pablo Marçal e Tabata Amaral conquistaram 15% e 14% dos votos, respectivamente.
O dado, divulgado pelo site Metrópoles, levanta questionamentos sobre o impacto de candidaturas que buscam votos em áreas específicas, como unidades prisionais. Enquanto a legislação brasileira garante o voto facultativo a presos provisórios, os números geram inquietação acerca da capacidade de certas figuras políticas influenciarem segmentos vulneráveis da população. Vale destacar que o sistema eleitoral brasileiro permite esse tipo de votação, ainda que polêmico.
O resultado, porém, reflete apenas uma pequena parcela do eleitorado, o que não diminui o debate sobre o papel das urnas e o comportamento dos candidatos diante de grupos específicos. A busca por votos em presídios revela mais do que preferências eleitorais, mas sim uma estratégia de poder que coloca em cheque as intenções de determinados postulantes ao cargo público.