Os juros dos títulos públicos de longo prazo ultrapassaram os 7% ao ano desde dezembro, devolvendo o Brasil à mesma rota de descrédito que levou ao colapso fiscal no governo Dilma. O Tesouro IPCA+ 2032 já paga 7,84%, e até papéis de curto prazo, como o de 2026, chegaram a 9,51%. O mercado não tem dúvidas: a política atual não é capaz de conter o endividamento.
O mais alarmante é que a deterioração é gradual e anunciada. A fábula do novo arcabouço fiscal se desfaz diante da realidade: crescimento via consumo, zero produtividade e nenhuma reforma estrutural. “Até 2027, não vai ter mudança importante nenhuma”, sentencia Julio Ortiz, da Cx3 Investimentos.
O roteiro repete 2015: populismo, gasto público e foco eleitoral. A diferença? Naquela época, a bomba já tinha explodido. Agora, ela apenas avisa que está prestes a detonar.