José Acácio Serere Xavante, líder indígena de renome, foi preso pela Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com a Argentina, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após suposto descumprimento de medidas cautelares. O cacique, que havia fugido em busca de melhores condições para sua família, composta por esposa e sete filhos, enfrentava dificuldades financeiras e problemas de saúde, como diabetes tipo 2. Sua defesa alega que Serere possuía um documento do Conare que autorizava sua permanência no país vizinho enquanto aguardava a decisão sobre pedido de asilo político.
A prisão ocorre em um contexto controverso. Serere foi inicialmente detido em dezembro de 2022, acusado de liderar manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais. Desde então, sua defesa sustenta que ele é vítima de perseguição política e classifica sua prisão como "ilegal e abusiva". O advogado Geovane Veras Pessoa enfatizou que Serere não possui condenação criminal, apenas uma prisão preventiva baseada em acusações questionáveis.
A defesa promete recorrer ao Supremo para que o cacique seja transferido para Goiás, onde anteriormente cumpria obrigações cautelares. “Trata-se de uma prisão ilegal e abusiva”, declarou Veras, destacando a condição de "preso político" de Serere. A detenção reacende o debate sobre a utilização de medidas judiciais e os limites da atuação do STF em questões políticas e sociais sensíveis.