Em uma assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará, conhecida como Apeoc, a discordância quanto à votação para greve culminou em uma situação tumultuada. A reunião, inicialmente convocada para deliberar sobre a paralisação, foi abruptamente encerrada pela direção do sindicato, que negou a realização da votação, gerando protestos entre os professores presentes.
O cenário se agravou quando, em meio a pedidos para que a votação ocorresse, uma professora foi impedida de falar e supostamente agredida por um segurança da Apeoc. Este incidente escalou para momentos de confronto, onde cadeiras foram lançadas em direção aos membros da direção, e bandeiras do sindicato foram destruídas.
Anísio Santos do Melo, presidente da Apeoc, viu-se em meio ao caos, sendo forçado a deixar o local sob proteção, após ser alvo de objetos lançados por manifestantes. Em resposta, a Apeoc emitiu uma nota condenando veementemente os atos de violência, classificando-os como "selvageria" que "envergonha a nobre profissão" do magistério e "macula a imagem da categoria" perante a sociedade.
O incidente gerou relatos divergentes. Por um lado, a professora Rebeca Veloso, alegando ser vítima de agressão, registrou um boletim de ocorrência e realizou exame de corpo de delito. Por outro, o sindicato, através de sua assessoria, negou as acusações de violência e justificou a necessidade de intervir durante a tentativa da docente de se comunicar com a presidência.
A reunião também foi palco de descontentamento com relação à condução das negociações com o governo do estado. Enquanto a direção do sindicato classificava os avanços nas conversas como positivos, uma parcela significativa dos educadores expressou desaprovação, acusando o sindicato de não representar fielmente os interesses da categoria.
Assembleia geral dos professores da rede estadual do Ceará terminou em pancadaria nessa quinta, 4 de abril. A categoria, que tendia a entrar em greve, revoltou-se com acordo selado entre o sindicato dos trabalhadores da educação básica e o governo estadual. pic.twitter.com/dU3SyuvJw3
— O Antagonista (@o_antagonista) April 5, 2024