Em janeiro, o mercado do café arábica mostrou-se um campo de intensas variações de preço, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Essas oscilações refletem as incertezas predominantes em relação ao clima e à produção nacional do grão. Ainda que o acumulado mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, tenha registrado uma variação modesta, as médias mensais apresentaram um intervalo mais amplo. Especificamente, os preços flutuaram entre uma mínima de R$ 962,99 por saca de 60 kg no dia 18 e uma máxima de R$ 1.015,15 por saca no dia 23.
Pesquisadores do Cepea destacam que, enquanto não for possível dimensionar com maior precisão a oferta da safra 2024/25 no Brasil e em países concorrentes, é provável que as cotações continuem a apresentar um comportamento instável. Em contraste, o café robusta tem experimentado um aumento expressivo em seus valores, impulsionado por um cenário de menor volume de produção mais consolidado. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, registrou um avanço notável de 9,6% no primeiro mês do ano, até o dia 29. Comparando-se as médias de janeiro de 2024 com as de janeiro de 2023, observa-se uma valorização de 17%.
Estas flutuações de preços no mercado do café não apenas ilustram a complexidade e os desafios enfrentados pelo setor, mas também refletem a vulnerabilidade do mercado às variações climáticas e às dinâmicas de produção global. O café, sendo um dos principais produtos agrícolas do Brasil e de grande importância para a economia nacional, merece uma atenção especial tanto de produtores quanto de investidores. A análise criteriosa das tendências de mercado e a adaptação às mudanças constantes são essenciais para garantir a sustentabilidade e o sucesso contínuo deste setor vital.