A Câmara dos Deputados aprovou mudanças que ampliam a margem de manobra para viagens oficiais, permitindo que parlamentares alterem datas, trajetos e meios de transporte. A única exigência passa a ser um documento que comprove a participação na missão. O texto, assinado por deputados de diferentes partidos, foi apresentado como medida de “eficiência”, mas levanta suspeitas sobre o real zelo com o dinheiro público.
Embora relatórios pós-viagem continuem obrigatórios, a flexibilização escancara brechas para agendas ajustadas ao gosto pessoal, com reembolso garantido. Na prática, o novo modelo reduz o controle institucional e pode fragilizar a fiscalização sobre gastos públicos disfarçados de compromissos oficiais.
Em ano eleitoral, a regra mantém restrições genéricas, sem garantir punição para eventuais abusos. Para muitos contribuintes, a medida sinaliza um descompromisso crescente com a transparência e o dever de exemplo que deveria pautar o serviço público.