Com a popularidade em queda e 56% da população reprovando a gestão, o governo lançou a campanha “Brasil dos Brasileiros”, ao custo de R$ 50 milhões, exibida em horário nobre na TV. Idealizada pela Secom e assinada por Sidônio Palmeira, a peça tenta colar no imaginário nacional uma imagem de superação e progresso ignorando a insatisfação generalizada que vem tomando as ruas e as redes.
No vídeo, frases genéricas e trilha emocional misturam histórias de cidadãos que supostamente melhoraram de vida com promessas de um país em crescimento. O slogan “O Brasil é seu, é meu, é nosso” — soa mais como apropriação simbólica de um país em frangalhos do que como representação da realidade vivida por milhões.
A ofensiva publicitária inclui mais quatro vídeos exaltando programas do governo, numa tentativa clara de contornar a crise com estética de palanque. Em vez de enfrentar os problemas de frente, optaram por embalá-los num comercial. Afinal, na lógica de Brasília, se não dá para resolver, edita-se.