Nenhum dos 48 candidatos presos por participação nos atos de 8 de janeiro foi eleito diretamente nas eleições municipais de 2024. Embora nenhum tenha alcançado sucesso nas urnas, 25 desses conseguiram a suplência, abrindo a possibilidade de ocuparem cargos de vereador caso os titulares eleitos sejam afastados ou impedidos. Um levantamento revelou que, dos 1.406 presos no 8 de janeiro, 48 se candidataram nas eleições, mas não obtiveram êxito.
Curiosamente, a maior parte desses candidatos vem do Partido Liberal (PL), registrando 16 postulantes. Entre os detidos, também houve candidatos de outras legendas conservadoras e até de partidos aliados ao atual governo. O sistema legal não impede que os acusados de crimes como terrorismo e associação criminosa se candidatem, visto que a maioria ainda aguarda julgamento definitivo, o que os mantém elegíveis até que sejam condenados em segunda instância, conforme previsto na Lei da Ficha Limpa.
Caso algum suplente venha a assumir o cargo de vereador e seja posteriormente condenado, a perda do mandato não é automática. Segundo a Constituição, essa decisão precisa ser ratificada pelo Poder Legislativo local, o que ainda pode prolongar a permanência desses indivíduos na política. A situação gera debates sobre os limites legais e éticos da participação desses candidatos no cenário político brasileiro.