A revista Marie Claire Brasil, do Grupo Globo, incluiu a deputada Erika Hilton na lista de “Mulheres do Ano de 2025”, decisão que rapidamente gerou forte repercussão nas redes sociais. A publicação recebeu mais de 700 comentários em poucas horas, muitos questionando quais critérios foram usados para a escolha e criticando a atuação parlamentar da deputada, vista por internautas como mais presente em capas de revista do que em projetos consistentes na Câmara.
Rafaela Rocha, uma das vozes mais críticas do tema, acusou Hilton de perseguir mulheres que contestam pautas de gênero por meio de mecanismos estatais. Para ela, destacar a deputada justamente na semana em que o feminicídio domina a agenda nacional representa um “escárnio” com mulheres que enfrentam violência real. Outro ponto destacado pelos críticos é que a revista não menciona que Hilton é uma pessoa trans, apesar de registros eleitorais anteriores constarem o nome Felipe Santos Silva.
A decisão, porém, segue uma tendência internacional: a revista britânica Glamour UK também colocou nove pessoas trans na edição especial “Women of the Year”. O contraste chamou ainda mais atenção no Brasil, onde o debate sobre a proteção de mulheres biológicas está no centro das discussões públicas. Para muitos, o movimento editorial não fortalece pautas femininas apenas amplia um choque que já se tornou recorrente entre mídia, militância e sociedade.