A festa que prometia ser “o maior Carnaval de todos os tempos” pode ter consagrado outro título à Prefeitura de São Luís: campeã em desperdício de dinheiro público. Auditoria interna revelou irregularidades gritantes na contratação de artistas para o evento. Shows pagos antes de contratos firmados, valores inflados e processos orçamentários ignorados compõem o enredo do que virou um desfile de escárnio administrativo.
O caso mais rumoroso envolve o Raça Negra, que embolsou R$ 600 mil — cifra considerada absurda até para festivais de grande porte. Alcione também entrou no samba: contratada por R$ 199 mil no São João de 2023, pulou para R$ 300 mil no Carnaval, sem explicação. Ao todo, dos R$ 9,5 milhões gastos, R$ 3,5 milhões estão sob suspeita de superfaturamento, com dez contratos acima da média de mercado.
A Secretaria de Cultura alegou “transparência e legalidade”, acusando os auditores de “retaliação política”, mas sem rebater os dados. A farra, agora, pode cair no compasso de órgãos de controle, como o TCE-MA e o Ministério Público, que devem avaliar o rastro de desvio e os contratos dignos de marchinha — mas sem graça.