O Carrefour, gigante varejista francês, anunciou o fim da importação de carne dos países do Mercosul, incluindo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A medida, alinhada a protestos de agricultores franceses, foi classificada como “solidária ao mundo agrícola”, segundo Alexandre Bompard, CEO da empresa. A decisão reflete pressões contra um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, apesar de impactos negativos à economia global e ao consumidor europeu.
Entidades brasileiras reagiram duramente à iniciativa. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontou que o protecionismo contradiz a sustentabilidade e prejudica os próprios franceses, elevando custos e ampliando emissões de carbono. O Ministério da Agricultura destacou que a carne brasileira segue padrões sanitários rigorosos, expondo o viés político por trás da decisão do Carrefour.
O presidente Emmanuel Macron mantém oposição ao acordo, isolando-se de aliados europeus como Alemanha e Espanha. O episódio evidencia os desafios impostos ao Mercosul em negociações marcadas por interesses políticos, mais do que por critérios técnicos ou comerciais.