O Brasil registrou 57.713 casos de Covid-19 nas três primeiras semanas de 2025, atingindo o maior número de infecções em dez meses. O aumento de 151% em relação ao fim de 2024 levanta preocupações sobre a real situação da doença no país, especialmente diante da subnotificação e da falta de dados transparentes. Segundo pesquisadores da USP e da Unesp, o avanço dos casos foi impulsionado pelas festividades de fim de ano, mas os números já vinham crescendo desde novembro.
Especialistas alertam que os registros podem não representar a totalidade dos casos, uma vez que muitos infectados não realizam testes ou não notificam as autoridades. Além disso, o aumento nas infecções ocorre em paralelo a um crescimento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), afetando especialmente idosos e grupos vulneráveis. O Boletim InfoGripe, da Fiocruz, aponta que a situação é mais crítica nas regiões Norte e Nordeste.
O Ministério da Saúde afirma que a maioria dos casos são leves e que as internações seguem padrões similares aos de anos anteriores. A pasta também garante o fornecimento de testes, vacinas e medicamentos, mas a alta recente reforça a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso. Diante desse cenário, a população segue atenta, questionando a eficiência do monitoramento e das diretrizes adotadas para conter novos surtos.