Cenipa aponta que erro de controlador quase fez aviões baterem em SP

Esse incidente levanta sérias questões sobre a competência dos profissionais encarregados da segurança aérea

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Cenipa aponta que erro de controlador quase fez aviões baterem em SP
Reprodução

Um recente incidente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, expôs uma falha alarmante na gestão do tráfego aéreo. Dois aviões, um da Azul e outro da Gol, que transportavam 231 passageiros e 11 tripulantes, ficaram a meros 22 metros de uma colisão, um espaço menor que o comprimento de um avião. O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou que a falta de atenção de um controlador de voo foi a causa primária dessa situação crítica, ocorrida em 3 de dezembro de 2020.

Esse incidente levanta sérias questões sobre a competência dos profissionais encarregados da segurança aérea. Enquanto os pilotos agiram com prontidão e evitaram o desastre, a confiança depositada nos controladores de voo deve ser questionada. A responsabilidade pela segurança dos passageiros não deve ser apenas uma formalidade, mas uma prioridade inegociável, refletindo o compromisso com a excelência em todos os níveis da aviação.

É imperativo que medidas corretivas sejam implementadas de forma urgente. A aviação, um setor vital para a economia e a segurança do país, não pode permitir que erros humanos resultem em situações de risco iminente. A proteção da vida humana deve estar acima de qualquer falha burocrática ou descuido, reforçando a necessidade de uma gestão mais rigorosa e eficiente.

Investigações

Em junho de 2022, durante investigações, técnicos do Cenipa identificaram dois pontos cegos na torre de controle de Congonhas, resultantes de pilares que comprometiam a visibilidade. Embora esses obstáculos não tenham sido relacionados diretamente ao incidente, o relatório destacou que eles dificultavam o trabalho dos controladores, obrigando-os a adotar posturas incômodas.

O relatório concluiu que o controlador "esqueceu" da autorização concedida a um avião da Gol, que permaneceu parado na pista por mais de três minutos. A falta de atenção do profissional evidenciou a necessidade de um olhar crítico sobre as condições de trabalho e a infraestrutura das torres de controle.

Além disso, o documento revela que, mesmo diante de questionamentos dos pilotos, o controlador não percebeu a urgência da situação, subestimando a importância da atenção plena em um ambiente tão crítico. Esse incidente nos lembra que, mesmo com tecnologia avançada, a vigilância constante é fundamental para garantir a segurança nos céus.

Medidas posteriores

O controlador e seu supervisor na torre de Congonhas foram afastados, tendo seus Certificados de Habilitação Técnica (CHT) suspensos. O controlador passou por uma avaliação de saúde e psicológica.

O Cenipa também forneceu orientações a oito comandantes e chefes da torre, com o intuito de prevenir falhas de atenção semelhantes no futuro.