A recente manifestação do Itamaraty sobre o posicionamento do Departamento de Estado dos EUA, acerca da censura imposta pela Suprema Corte, revela uma tentativa de desviar o foco da real questão: o controle das redes sociais. A alegação do governo brasileiro de que "a liberdade de expressão deve ser exercida em consonância com os preceitos legais" soa como um eufemismo para justificar uma agenda autoritária. Enquanto o governo tenta vender a imagem de uma ação legítima, a realidade é que a censura, orquestrada por figuras como o ministro Moraes, não se limita ao Brasil, mas afeta até o cenário global.
O impacto da decisão que ordenou a remoção de perfis e o bloqueio de conteúdos demonstra a fragilidade do discurso oficial. A interferência em plataformas privadas, sob a justificativa de combater fake news, é mais uma estratégia para silenciar vozes dissidentes, principalmente as que questionam o status quo político. A alegação de que o governo brasileiro "reitera o respeito à independência dos poderes" parece mais um disfarce, quando, na prática, o Executivo alicerça ações que minam a liberdade individual.
A manipulação do discurso pela narrativa oficial busca obscurecer os reais interesses por trás das medidas. Em um momento em que a população clama por maior transparência e respeito à democracia, a resposta do governo é a imposição de um autoritarismo disfarçado de proteção ao sistema jurídico. O Estado, ao invés de zelar pelo direito à livre manifestação, opta por um caminho de controle e censura, deixando claro que o verdadeiro alvo não é a liberdade, mas a manutenção de um poder centralizado e sem críticas.
