Em São Paulo, a qualidade do serviço prestado pela Enel-SP aos seus consumidores tem sido alvo de críticas constantes. Apesar da necessidade evidente de melhorias, as recentes declarações do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a gestão do setor elétrico geram controvérsia.
Ao solicitar à Aneel a abertura de um processo disciplinar contra a Enel-SP, Silveira agiu dentro de suas competências. Contudo, suas ameaças de encerrar prematuramente o contrato de concessão da distribuidora, previsto até junho de 2028, e a afirmação de que a empresa "terá poucas chances de se defender" ultrapassam o limite do razoável, configurando uma interferência imprópria nas atividades de uma agência que deveria operar com total autonomia.
Essa postura, apesar da filiação partidária de Silveira ao PSD — um partido descrito como sem ideologia definida —, revela uma inclinação para práticas intervencionistas típicas da esquerda, contrastando com a necessidade de uma gestão técnica e independente do setor.
A situação se complica ainda mais com o envolvimento do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do candidato da esquerda, Ricardo Boulos, evidenciando que a discussão transcendeu o âmbito técnico, adentrando o terreno político. Essa politização do debate, onde a eficiência e a qualidade do serviço deveriam ser as únicas preocupações, destaca a urgência de um retorno à racionalidade e ao foco na excelência e na responsabilidade.
Enquanto São Paulo enfrenta interrupções no fornecimento de energia elétrica, parcialmente atribuíveis à gestão municipal da arborização, a necessidade de uma solução equilibrada e despolitizada se torna ainda mais premente. A busca por melhorias no setor elétrico deve ser conduzida com rigor técnico, livre de jogos políticos e com o bem-estar dos cidadãos em primeiro plano.